sábado, 28 de janeiro de 2012

5 da manhã.


5 da manhã. Será que você já olhou o céu hoje? Tão rosa, laranja e quente. Quente, mas sereno. Exatamente como você me vê. Talvez eu devesse mergulhar nessa paz que já existe em mim e mostrar que eu posso ser da cor que você quiser... Azul, rosa, laranja e quente como um céu. Um céu apenas seu. Um céu tão claro que você não conseguiria enxergar meus defeitos que a seus olhos seriam apenas estrelas que tornariam meu céu ainda mais perfeito. Você ficaria atento e entusiasmado para observar essas estrelas tão errantes e sinceras, esperando com uma urgência sem fim para admirar a minha noite. Uma noite de um azul profundo e intenso, um azul mais escuro do que a alma de qualquer oceano. Escuro e ainda assim claro, com uma brisa suave que passearia no seu corpo, o abraçaria e não o deixaria dormir ou acordar só. Você sempre perdoaria as minhas tempestades e não temeria as minhas trovoadas e raios. Você inclinaria seu rosto esperando minha chuva estiar e eu ficaria tão feliz dançando em você. Não cansaria de fazer cócegas no seu rosto com minhas lágrimas inquietas e concentraria toda a minha água na sua boca com um beijo sem fim.
E se um dia você não perceber minha presença ali o absorvendo por todos os lados...
Se um dia toda a tristeza e tédio tomar conta de você...
Se um dia você se sufocar com seu próprio choro e agonia...
Corra! Vá lá fora me ver! Abrace as minhas nuvens, respire o meu ar, cure suas feridas... Eu o acenderei, o confortarei e mostrarei um céu de vida que o acompanha aonde quer que você vá.
Quero oferecer janeiros de felicidade, fevereiros de carnavais intermináveis, marços cheios d'água. Adocicar sua vida em cada abril, casar com você em cada maio, fazer da sua vida um junho de festas. Trazer julhos de descanso, agostos de novos ventos, setembros cheios de flores, outubros cheios de presentes e travessuras, novembros de novos planos... E quando chegar dezembro, por favor, vá me olhar e veja que estou transbordando alegrias faiscantes. Vou encher suas pupilas de esperança e nesse momento você terá me mostrado que um céu só é muito pouco!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Chuva.


Chuva. Está chovendo dentro de mim. Rios cruzando mares de sentimentos. É cheiro de terra molhada. Gosto de lágrima salgada. Aquele calorzinho vindo debaixo dos nossos pés. Aquele frescor no coração. Aquele alívio desesperador dentro de nós indo por fim olhar a janela... Será que já passou?

terça-feira, 24 de janeiro de 2012


Em uma tragada sinto os anos que já perdi. Em uma gargalhada vejo o meu descontrole e desespero tomando conta de mim. Em um gole sinto minha vida passar e nada mudar. Simplesmente parece que tudo toma seu rumo, tudo se encaixa no seu devido lugar e eu apenas assisto como um privilegiado expectador ou simplesmente uma peça a mais, uma peça sem destino e sem par. E o que eu sou se confunde com o que faço e nada parece ter significado coerente. Nada, nem mesmo eu consigo entender. Por que conceituar, definir e limitar tudo? A beleza fica em nossos sonhos, tudo é facilmente explicado e o que não é passa a ser ignorado.
E então? Vai mais uma cerveja?