terça-feira, 26 de junho de 2012

Sonho.


Sonhei que tinha um besouro no meu quarto, batendo zonzo  e caindo com dificuldade de se levantar. Vibrando as azas e embolando. Tentei acertá-lo uma vez e ele escapou, na segunda ele se encolheu todo. Tentando se proteger e ao mesmo tempo com medo, só esperando a chinelada fatal. O humanizei de tal forma que ele ficou mais humano do que muito “humano” por aí.
Abri a porta e corri para o banheiro e senti um alívio quando ouvi o zumbir das asas dele escapando pela janela. Lembro de passar tanto tempo penteando meu cabelo e olhando para o espelho e era uma felicidade tão real para um sonho.
Depois me vi num cinema, conhecia todo mundo que estava lá. Quando olhei pro lado dei de cara com o meu ciúme em forma de mulher e engoli seco. Toda aquela felicidade que senti ao recuperar parte da minha humanidade salvando um besouro foi embora, me virei para o outro lado e beijei qualquer um e corrompi meu amor e meu ciúme. Perdi minha razão. Depois o meu amor me beijou porque ele passou a me corresponder (momentaneamente) só porque teve medo de perder a cômoda sensação de que alguém o amava. Quando ele percebeu que nunca tinha perdido nada, voltou a ignorar e eu além de ter corrompido meu amor, meu ciúme e a mim corrompi também o estranho.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Bilhete de geladeira


Você nunca mentiu para mim, então não minta agora. Estou cansada de ficar me enganando, talvez eu precise ter coragem de externar isso em voz alta. Gritar para o meu espelho ou chorar isso nos seus ombros. Diga que não sou especial e que estamos apenas acomodados... Preciso sentir isso. Vai arder; esquentar; latejar, mas depois vai passar. Quero que bata em mim, mas depois me abrace forte. Forte o bastante para que eu não consiga sentir mais nada.
Quero que me pegue pelos braços, me chacoalhe e me ajude a fazer isso porque sozinha eu não consigo.
Sinto sua falta.