sábado, 30 de agosto de 2014

Sonhei com você essa noite e acordei sem saber o motivo de ter dormido com a luz acesa. Por que é tão difícil me amar se eu o amo assim tão fácil? Não devia ter me esforçado tanto. Hoje eu durmo melhor sem você.


Quero te beber com sede, teu beijo gelado no meu quente.
Quero que nossos olhos falem.
Que nossas mãos façam.
Que nosso corpo aceite.



domingo, 24 de agosto de 2014

Quero um amor que me ame para sempre. Um amor que nunca canse de mim. Um amor de pai, de irmão que não se esgota. Um amor que nenhum desgaste ou imperfeição o torne fraco.  De efêmero já basta a vida.


Quando lembro de alguém que passou por mim parece que visito um álbum de fotografias. Lembro do cenário, da temperatura da luz, do brilho nos olhos e da empolgação.
Eu lembro da primeira vez que o vi. Lembro que me olhou de uma forma como se me despisse naquele exato momento. Olhei de volta com um olhar interrogativo. E quando lembro disso parece câmera lenta. Demorei a encontra-lo de novo, mas depois virou rotina. Era sempre de passagem e o olhar era curioso agora de ambas as partes. Você passou a me intrigar. O menino da camisa azul. Passei a caça-lo em todo lugar.
Lembro quando tive certeza que você mudaria minha vida. Eu não sabia nem seu nome, estava atrás de você na fila do bebedouro. Minhas mãos ficaram molhadas, suei frio, minhas orelhas esquentaram, senti vertigem e minhas pupilas o engoliram. Ali eu disse a mim mesma “ele será meu”. E foi, pena que não por muito tempo. Lembro de adorar acordar cedo com suas mensagens, o dia amanhecia com um gosto diferente e corria até o destino final que era encontrar você. Lembro das tapiocas, da intimidade surgindo, do desejo aumentando. Lembro de cada encontro. Lembro do cinema, dos beijos nas paradas de ônibus, de doar sangue, dos presentes, dos apelidos, das promessas que não duraram e que você nem lembra que as fez.
Lembro da luz daqueles momentos e é como se eu quase pudesse tocar neles. Quando passo pelos lugares que andei com você é como se eu estivesse nos visitando e então tudo vai sumindo e tenho medo de esquecer. Medo de esquecer o que eu mais quero esquecer.

Quero que lembre de mim assim. Com detalhes, com luz e calor no coração.

Ainda consigo lembrar de mim ali. Caminhando em direção à minha rotina diária. Estava chovendo e eu tive um daqueles encontros com Deus. Momento de rendição. Abaixei o guarda-chuva e me permiti confiar e acreditar em algo maior. Alguém melhor. Fechei os olhos e abracei sem hesitar.  Sem precisar fechar os braços. Aceitei, zerei, renovei, respirei. Recebi sem questionar. Renasci e recomecei. 

A sanidade ou a ausência dela tem me chamado atenção. Estava no trabalho já à noite, sozinha e vi uma mulher andando na rua falando e gesticulando como se estivesse alguém com ela. Fiquei pensando naquela cena e imaginando como devia ser viver o mundo através da consciência dela. Será que ela tinha noção de que era louca? Quem garante nossa sanidade?
Vivemos uma realidade que pode muito bem ter sido inventada. Medimos nosso tempo e às vezes questionamos o que estamos fazendo. Às vezes tenho medo de dormir com a luz apagada e não gosto de levantar de madrugada para fazer xixi e ter que cruzar comigo mesma no espelho estando escuro. Até parece que verei algo diferente em mim.  Será que inventei tudo isso? Tenho medo do que está ao meu redor e que não vejo, tenho medo de como toda essa novela termina.
Nossa mente é nosso maior inimigo, quantas vezes achei que estivesse enlouquecendo? Às vezes ainda penso nisso. Penso em coisas ruins, tenho paranoias. Gosto do cheiro do ar condicionado e o do banco do carro. Gosto de sentir o vento gelado no meu rosto voltando do trabalho e o sentir escapar pela brecha dos meus dedos. Gosto de me sentir livre e leve nos breves instantes de paz de espírito que possuo. Uma vontade tão plena de ver o mundo caber num abraço meu. Sinto que sou toda amor e que transbordo o tempo inteiro. Às vezes quase me esgoto, mas então amanhece e todo esse amor renasce ainda mais vibrante.


domingo, 17 de agosto de 2014

Depois de tudo:amor e fim.

O que fazer quando bate a urgência de escrever? Vomitar tudo o que aflorar pelos nossos poros mesmo que aparentemente não tenha sentido.
Estou feliz em ter recuperado meus olhos. Olhos que viajam e alimentam meu corpo com alma. Um amor não pode matar o que há de melhor em nós. Matar nossa essência apaixonante.
Ai, meu amor! Como errei com você! Como permiti tudo isso acontecer? E hoje estou tão mais verdadeira, leve e faceira. Meu amor, como pode ser? Hoje quando sinto algo ruim é sinônimo de você. Minha ansiedade no domingo à noite, meu pesar pela segunda-feira, minha carência desesperadora tudo é você. Saudade de quando você era meu bom dia.
Amor, que sonho ruim! Como pode ser? Antes dormir com você era o abraço do conforto. Hoje dormir com você me causa pesadelos, durmo tão melhor sem você. Antes toda minha segurança se engrandecia no seu tom de voz e hoje você é minha insegurança nas ruas e uma corrente no meu calcanhar que me lembra que a vida nem sempre nos permite voar. Hoje eu caminho, mas sempre olho ao redor... O procurando quando fica muito tempo longe. Então eu ligo e faço de você um vício mais dilacerante que o cigarro que queima meus dedos.
Talvez demore, mas talvez não. Você já não é meu nem reconheço mais seu beijo. Deitar do seu lado é abraçar uma interrogação que se aproxima de um ponto final.

Preciso ir. Vou cozinhar, amor! Faz bem! Vou permitir que o vapor da água purifique e que o cheiro de manjericão cure meu coração.