domingo, 11 de março de 2012

Eu não quero falar em terceira pessoa. Não quero distanciar a verdade de mim. Não quero detalhar lugares, cores, cheiros, sentimentos e pessoas. Não quero me preocupar com a estética daquilo que escrevo. Hoje eu só preciso de um espaço para fugir um pouco da minha capa de fortaleza e indiferença. Porque eu estou tão cansada de vestir uma mentira, continuar um assunto e forçar um sorriso que machuca e marca minhas bochechas.
Passei a noite em claro, olhando a TV, mas sem absorver nada. Desenhando e amassando o papel. Com sono, mas com preguiça de dormir. Com os olhos pesando e sendo consumida pela minha inércia. Depois do banho melhorei um pouco, fui me deitar rindo à toa com o roçar do pêlo da minha gata pelas minhas pernas e olhando para a janela deixei minha mente vagar sem propósito.
Era uma manhã de domingo lilás e chuvosa. Tão confortável naquele momento. Silenciosa, só ouvia o barulho do ventilador e os pingos ritmados que choravam no vidro da minha janela. Alguma coisa que eu não conseguia identificar dentro de mim chorava junto, mas sem desespero algum. A calma reinava dentro de mim, ela conseguia controlar cada emoção que se guardava sem grandes esforços. Como um choro com preguiça de ser chorado. Terminei dormindo sem hora para acordar, sendo ninada pela chuva e pela preguiça que me acalmava, confortava e me parava. E eu só precisa disso... Um tempo para respirar.

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