domingo, 7 de setembro de 2014

Talvez eu esteja me apaixonando.

Talvez eu esteja me apaixonando. Eu adoro a forma que você olha para mim e o jeito que desvia o olhar rindo de ladinho quando eu o deixo sem graça. Então eu o constranjo com carinho sem fim, porque é isso o que eu faço. Aproximo meu rosto ao seu enquanto você olha para o horizonte e fico falando e interrompendo para dar cheiro no seu pescoço. O faço rir e o constranjo mais uma vez.
 Talvez eu esteja me apaixonando porque apesar de todos os problemas eu o quero mesmo assim. Apesar de todas as inseguranças e inconstâncias. Apesar de todas as limitações.
 Talvez eu esteja me apaixonando porque sonhei com seu rosto com total perfeição de detalhes e geralmente as pessoas nos meus sonhos tem rostos borrados. Seu rosto parecia um sol e lembro de acordar querendo ver seus olhos de perto.
 Talvez eu esteja me apaixonando porque eu gosto do seu toque, da sua massagem e de como você beija minha pele sempre que está próximo dela. Beija minhas costas, minha mão, meu braço, meu pescoço, meu rosto, minha boca.
Talvez eu esteja me apaixonando, você sempre fala o que sente e eu me sinto incrivelmente bem ao seu lado. E seu bem estar já se tornou prioridade para mim.
Talvez eu esteja me apaixonando porque você conhecia o significado de beijo nos olhos, eu que dei e quem ficou besta fui eu.

Talvez eu esteja me apaixonando porque mesmo com minha ansiedade e minha pressa habitual com você quero ir devagar. Devagar para que não nos esgotemos tendo tanto pela frente. Devagar para que os problemas não sejam maiores do que realmente são. Devagar para saborear as coisas com o frescor da primeira vez. Devagar para nunca estar perto do fim.

sábado, 30 de agosto de 2014

Sonhei com você essa noite e acordei sem saber o motivo de ter dormido com a luz acesa. Por que é tão difícil me amar se eu o amo assim tão fácil? Não devia ter me esforçado tanto. Hoje eu durmo melhor sem você.


Quero te beber com sede, teu beijo gelado no meu quente.
Quero que nossos olhos falem.
Que nossas mãos façam.
Que nosso corpo aceite.



domingo, 24 de agosto de 2014

Quero um amor que me ame para sempre. Um amor que nunca canse de mim. Um amor de pai, de irmão que não se esgota. Um amor que nenhum desgaste ou imperfeição o torne fraco.  De efêmero já basta a vida.


Quando lembro de alguém que passou por mim parece que visito um álbum de fotografias. Lembro do cenário, da temperatura da luz, do brilho nos olhos e da empolgação.
Eu lembro da primeira vez que o vi. Lembro que me olhou de uma forma como se me despisse naquele exato momento. Olhei de volta com um olhar interrogativo. E quando lembro disso parece câmera lenta. Demorei a encontra-lo de novo, mas depois virou rotina. Era sempre de passagem e o olhar era curioso agora de ambas as partes. Você passou a me intrigar. O menino da camisa azul. Passei a caça-lo em todo lugar.
Lembro quando tive certeza que você mudaria minha vida. Eu não sabia nem seu nome, estava atrás de você na fila do bebedouro. Minhas mãos ficaram molhadas, suei frio, minhas orelhas esquentaram, senti vertigem e minhas pupilas o engoliram. Ali eu disse a mim mesma “ele será meu”. E foi, pena que não por muito tempo. Lembro de adorar acordar cedo com suas mensagens, o dia amanhecia com um gosto diferente e corria até o destino final que era encontrar você. Lembro das tapiocas, da intimidade surgindo, do desejo aumentando. Lembro de cada encontro. Lembro do cinema, dos beijos nas paradas de ônibus, de doar sangue, dos presentes, dos apelidos, das promessas que não duraram e que você nem lembra que as fez.
Lembro da luz daqueles momentos e é como se eu quase pudesse tocar neles. Quando passo pelos lugares que andei com você é como se eu estivesse nos visitando e então tudo vai sumindo e tenho medo de esquecer. Medo de esquecer o que eu mais quero esquecer.

Quero que lembre de mim assim. Com detalhes, com luz e calor no coração.

Ainda consigo lembrar de mim ali. Caminhando em direção à minha rotina diária. Estava chovendo e eu tive um daqueles encontros com Deus. Momento de rendição. Abaixei o guarda-chuva e me permiti confiar e acreditar em algo maior. Alguém melhor. Fechei os olhos e abracei sem hesitar.  Sem precisar fechar os braços. Aceitei, zerei, renovei, respirei. Recebi sem questionar. Renasci e recomecei. 

A sanidade ou a ausência dela tem me chamado atenção. Estava no trabalho já à noite, sozinha e vi uma mulher andando na rua falando e gesticulando como se estivesse alguém com ela. Fiquei pensando naquela cena e imaginando como devia ser viver o mundo através da consciência dela. Será que ela tinha noção de que era louca? Quem garante nossa sanidade?
Vivemos uma realidade que pode muito bem ter sido inventada. Medimos nosso tempo e às vezes questionamos o que estamos fazendo. Às vezes tenho medo de dormir com a luz apagada e não gosto de levantar de madrugada para fazer xixi e ter que cruzar comigo mesma no espelho estando escuro. Até parece que verei algo diferente em mim.  Será que inventei tudo isso? Tenho medo do que está ao meu redor e que não vejo, tenho medo de como toda essa novela termina.
Nossa mente é nosso maior inimigo, quantas vezes achei que estivesse enlouquecendo? Às vezes ainda penso nisso. Penso em coisas ruins, tenho paranoias. Gosto do cheiro do ar condicionado e o do banco do carro. Gosto de sentir o vento gelado no meu rosto voltando do trabalho e o sentir escapar pela brecha dos meus dedos. Gosto de me sentir livre e leve nos breves instantes de paz de espírito que possuo. Uma vontade tão plena de ver o mundo caber num abraço meu. Sinto que sou toda amor e que transbordo o tempo inteiro. Às vezes quase me esgoto, mas então amanhece e todo esse amor renasce ainda mais vibrante.


domingo, 17 de agosto de 2014

Depois de tudo:amor e fim.

O que fazer quando bate a urgência de escrever? Vomitar tudo o que aflorar pelos nossos poros mesmo que aparentemente não tenha sentido.
Estou feliz em ter recuperado meus olhos. Olhos que viajam e alimentam meu corpo com alma. Um amor não pode matar o que há de melhor em nós. Matar nossa essência apaixonante.
Ai, meu amor! Como errei com você! Como permiti tudo isso acontecer? E hoje estou tão mais verdadeira, leve e faceira. Meu amor, como pode ser? Hoje quando sinto algo ruim é sinônimo de você. Minha ansiedade no domingo à noite, meu pesar pela segunda-feira, minha carência desesperadora tudo é você. Saudade de quando você era meu bom dia.
Amor, que sonho ruim! Como pode ser? Antes dormir com você era o abraço do conforto. Hoje dormir com você me causa pesadelos, durmo tão melhor sem você. Antes toda minha segurança se engrandecia no seu tom de voz e hoje você é minha insegurança nas ruas e uma corrente no meu calcanhar que me lembra que a vida nem sempre nos permite voar. Hoje eu caminho, mas sempre olho ao redor... O procurando quando fica muito tempo longe. Então eu ligo e faço de você um vício mais dilacerante que o cigarro que queima meus dedos.
Talvez demore, mas talvez não. Você já não é meu nem reconheço mais seu beijo. Deitar do seu lado é abraçar uma interrogação que se aproxima de um ponto final.

Preciso ir. Vou cozinhar, amor! Faz bem! Vou permitir que o vapor da água purifique e que o cheiro de manjericão cure meu coração.


sexta-feira, 27 de junho de 2014

Quando volto para casa depois de um dia de trabalho já é noite e os carros passam rápido, as poucas pessoas que estão na rua andam sem olhar demais. Não enxergo tão bem e meus sentidos são ofuscados pelas luzes artificiais. Sempre me sinto como a Branca de Neve correndo pela floresta onde tudo a assusta. O poder da luz.
Minhas noites poderiam se resumir a essa sensação de voltar para casa. O caminho até a parada de ônibus onde costumo ficar tensa misturada a sensação de sorte ao chegar na parada e encontrar o ônibus que iria esperar. Sempre entro com o mesmo olhar empolgado procurando ansiosa pela cadeira mais alta do lado da janela. Abro todas as janelas e coloco o rosto do lado de fora como um cachorro passeando de carro. Então sinto aquele vento geladinho, cantarolo alguma música, sonho quieta com um sorriso morno nos lábios.
Então ao descer do ônibus tudo está ainda mais escuro, mas estou tão perto de casa e começo a pensar em tirar meus sapatos. Chego em casa, comprimento o porteiro, pego o elevador, penso na hipótese do elevador parar, respiro tentando afastar o pensamento, penso que deveria fazer mais exercício, penso que deveria usar a escada e então chega no nono andar. Tento abrir a porta e a porta está fechada, bato na porta de cara feia, penso o motivo pelo qual nunca deixam a porta aberta naquele horário, entro na sala, respondo à minha mãe dizendo que está tudo bem, jogo a bolsa na cama, tiro o sapato, tiro a calça, tiro a camisa, tiro o sutiã, boto um camisetão e visto o short do pijama. Corro para a sala para ver a novela, me esparramo no sofá e depois tento criar coragem para tomar banho e pensar no que fazer.
Costumo passar uma hora ou mais me olhando no espelho antes de tomar banho, cantando e imaginando coisas impossíveis. Prestando atenção com um ar de preocupação nas minhas linhas de expressão perto da boca e pensando que talvez sejam meus hábitos ruins que estão me deixando velha antes do tempo. Penso coisas ruins e então afasto tudo e começo a cantar.  Sofro com o banho frio, mas ao sair me olho de novo no espelho e adoro ver minha pele lisinha e limpinha.

Olho a hora e penso que está tão perto de ter que dormir para amanhã acordar e fazer tudo de novo. Pena que as partes que mais gosto do meu dia passam tão depressa. Então faço listas que não vou cumprir para o dia seguinte e então durmo. 

terça-feira, 17 de junho de 2014

Olhos nos olhos

Dias difíceis aqueles. Onde tudo o que desejava era o meu maior medo: Ver o tempo passar. Maio foi quase um parto e junho caminhava depressa, mas ainda assim alguns minutos insistiam em engasgar. E o momento mais triste do dia era sempre o fim quando sentia o peso nas costas de imaginar que amanhã teria que fazer tudo de novo. Todo o esforço e toda aquela sensação de ver o tempo passar e de estar me perdendo ali. Em tão pouco tempo sinto que tudo pareceu um sonho e que nada realmente existiu e ao acordar algo em mim estava diferente e algo meu já não existia mais. Algo meu já não era meu.
Era terça-feira e voltava pra casa olhando para o alto e prestando atenção no verde brilhante e amarelado tão morno daquelas árvores que pareciam indicar o caminho e ao mesmo tempo fazer uma moldura para o céu. Mostrando que tudo ficaria bem. Eu percebi naquele momento que eu nunca tinha escrito nada de bonito para você. Percebi que tudo o que escrevi foram promessas para te ter para sempre, foram pedidos de desculpa por ter uma personalidade difícil e no fim promessas de desamor. Mas nunca escrevi uma carta de amor de verdade. De admiração, de percepção, de carinho. E hoje não faria a menor diferença escrevê-la ou não porque você não se importa mais e quer apenas que eu supere, substitua por outro alguém para que não sinta mais nenhum remorso.
Chegou o momento que demonstrar o que sinto por você é me distanciar ainda mais. Meus olhos são o mundo e já não o vejo mais. Mas é você, é seu nome que me vem sempre à cabeça quando entro numa igreja que nunca entrei antes e lembro de fazer três pedidos ou quando por ventura vejo uma estrela cadente. Não me vem nenhum desejo específico e sim seu nome. A fitinha do Bonfim que nunca cai e também nunca te trouxe de volta.

Eu desisti porque não existe mais nada que eu possa fazer para tentar recuperar e como numa música de Chico Buarque vou obedecer e me refazer.

domingo, 15 de junho de 2014

Peguei meu amor e o guardei com cuidado numa gaveta junto com seu retrato e outras lembranças. Tranquei e evitei olhar, mas continua existindo e eu continuo sabendo exatamente onde encontrar.
Para não desistir para sempre precisei desistir agora e é tão difícil ficar nessa corda bamba. Mudando de humor da mesma forma que você muda de resposta sobre nós. Sinceramente cada vez me pergunto mais se é realmente amor ou teimosia. Mas você não. Você é cheio de certezas e subestima minhas habilidades. Você não tem medo de me perder porque ainda não me perdeu.

A cada dia meu sentimento se esvai e amanheço mais livre.

Depois de escutar tantos absurdos seus dormi 18 horas e acordei sem nenhum passado e quando parei para pensar em você só conseguia lembrar das contradições e da admiração que eu já não tinha por você e percebi uma coisa. Da mesma forma que um dia você acordou e se perguntou o que fazia comigo... Hoje eu acordei e percebi que não o amo mais.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sempre fui tão mais apaixonante livre, porém sempre quis uma felicidade que me limitasse que me coordenasse. Acho que o erro estava em mim o tempo inteiro. Mas não existe nada que eu possa fazer para mudar o que foi feito.
Mas meu sentimento por você foi decepcionante e agora tem sido ainda mais. E sinto que todo meu amor, um amor que lutei tanto para proteger ficou sujo e eu senti raiva. Uma raiva que me consumiu e decidi simplesmente ignorar e parar de pensar que toda vez que você fala comigo é um sinal de que sente minha falta. Eu vou me livrar de você, porque eu não quero mais você na minha vida.  
Então depois de mais uma conversa frustrante resolvi sair e testar se realmente tinha um muro que iria me proteger de ser de outra pessoa. Então beijei outra pessoa, alguém sem importância, mas que me olhava de um jeito que você já não olhava mais e que prestava atenção em cada detalhe do meu rosto e que queria estar comigo a todo custo. Alguém que me tratou com tanto carinho que eu gostei. Mas ter feito isso não significa nada, continuo sentindo que sou sua apesar de não querer. Mas foi bom porque percebi que esse muro é bem menos firme que imaginava e graças a você.

E como um sinal de rejeição misturado à minha abstinência, adoeci. Mas vou ficar boa e essa febre não me assombrará mais.

domingo, 11 de maio de 2014

Já não consigo mais dormir e meu quarto já não é meu. Suas coisas estão em todo lugar, seu cheiro, seus presentes, nossa cama, sua escova de dente na segunda gaveta. Entro e me sinto pequena, encolhida e não posso tocar em nada. E os dias vão passando assim... Dormindo pouco, trabalhando muito, evitando pensar, sentindo saudade o tempo inteiro. Vendo você me tratar como uma estranha, sem sentir minha falta enquanto eu não faço outra coisa. Você sempre falou tão pouco, mas as poucas coisas que me disse no fim não saem da minha cabeça e me assombram no ônibus, no trabalho, antes de dormir.

Quando lembro dos nossos beijos quando todo encontro era uma despedida sua boca na minha parecia água. E essa sede não passa.

sábado, 3 de maio de 2014

Desabafo sem cortes!

Faz tanto tempo que não faço isso que já nem sei como é. Resolvi fazer porque era algo que me curava e me salvava da minha própria loucura. Porque sem dúvida... Normal eu não sou. Então lá vai... Às vezes tenho uma sensação estranha de estar fazendo algo e de repente eu sinto como se não fosse eu, sinto de forma diferente meus próprios sentidos, não me reconheço e sinto como se estivesse fora do meu corpo e então desenvolvo verdadeiros ataques de pânico. Tive coisas semelhantes ainda muito criança, mas com o tempo passou. Sendo que voltou a acontecer há uns 3 anos e só tem piorado. Então fiz o que eu nunca imaginei fazer (pedir ajuda) a um tempo atrás quando acreditava que podia resolver meus próprios problemas e era talvez mais forte. Mas talvez esse tenha sido o problema adiei demais, me iludi jogando o problema para debaixo do tapete e ele virou uma bola de neve que em alguns momentos quase me engole. É muito estranho.
Depois de um tempo os amigos vão ficando mais escassos e a cada dia que passa sou mais a cara da minha mãe. E eu sempre me achei tão diferente de tudo, sempre agi de forma que fugisse da vida que ela teve. Mas caramba herdei todos os problemas. Minha mãe é ótima, minha melhor amiga apesar de nem sempre me dar os melhores conselhos do mundo, mas ela tenta e nunca sai do meu lado. Às vezes a gente supervaloriza as pessoas erradas. Pai e mãe são para a vida toda, até quando eles se vão. Mas voltando aos amigos sempre estive rodeada deles porque vivia em festas, mas depois a maior parte sumiu e muitos estão ausentes por outros motivos. Às vezes as pessoas precisam de escola, curso de inglês, trabalho para manter vínculos. Percebemos isso a primeira vez com colégio, a maior parte dos nossos amigos de colégio perdem o contato conosco e caramba eu sofri e sofro tanto com isso. Me sinto muito só e às vezes tendo a sufocar com coisas desnecessárias minhas relações.
Me tornei uma pessoa que não vê graça nas coisas, que não tem certeza do que quer. Uma pessoa estressadinha e neurótica. Uma pessoa que anda em círculos e que tem tanto medo do tempo e ainda assim o perde como ninguém. Tenho medo de seguir o caminho errado e às vezes isso me deixa estagnada. Em pouco tempo me olho no espelho e me acho tão diferente. Parece que até minha personalidade mudou. E ao mesmo tempo que faço coisas que não são no fundo o que eu queria fazer tenho desejos iguais aos de um doente terminal que faz listas de coisas que precisa fazer antes de morrer. Alguma coisa aconteceu e nem sei quando exatamente foi, mas ela me mudou. Faz um tempo que sinto isso.
Pois é. Estou doente, mas não sou doente. Isso vai passar e quando passar vou estar cercada só dos verdadeiros, só de quem realmente me interessa. Meus pais, minhas irmãs, meu amor que me ajudou a perder meu medo de avião e que vai me ajudar nessa também e alguns amigos.


Desabafo sem cortes!