sábado, 3 de maio de 2014

Desabafo sem cortes!

Faz tanto tempo que não faço isso que já nem sei como é. Resolvi fazer porque era algo que me curava e me salvava da minha própria loucura. Porque sem dúvida... Normal eu não sou. Então lá vai... Às vezes tenho uma sensação estranha de estar fazendo algo e de repente eu sinto como se não fosse eu, sinto de forma diferente meus próprios sentidos, não me reconheço e sinto como se estivesse fora do meu corpo e então desenvolvo verdadeiros ataques de pânico. Tive coisas semelhantes ainda muito criança, mas com o tempo passou. Sendo que voltou a acontecer há uns 3 anos e só tem piorado. Então fiz o que eu nunca imaginei fazer (pedir ajuda) a um tempo atrás quando acreditava que podia resolver meus próprios problemas e era talvez mais forte. Mas talvez esse tenha sido o problema adiei demais, me iludi jogando o problema para debaixo do tapete e ele virou uma bola de neve que em alguns momentos quase me engole. É muito estranho.
Depois de um tempo os amigos vão ficando mais escassos e a cada dia que passa sou mais a cara da minha mãe. E eu sempre me achei tão diferente de tudo, sempre agi de forma que fugisse da vida que ela teve. Mas caramba herdei todos os problemas. Minha mãe é ótima, minha melhor amiga apesar de nem sempre me dar os melhores conselhos do mundo, mas ela tenta e nunca sai do meu lado. Às vezes a gente supervaloriza as pessoas erradas. Pai e mãe são para a vida toda, até quando eles se vão. Mas voltando aos amigos sempre estive rodeada deles porque vivia em festas, mas depois a maior parte sumiu e muitos estão ausentes por outros motivos. Às vezes as pessoas precisam de escola, curso de inglês, trabalho para manter vínculos. Percebemos isso a primeira vez com colégio, a maior parte dos nossos amigos de colégio perdem o contato conosco e caramba eu sofri e sofro tanto com isso. Me sinto muito só e às vezes tendo a sufocar com coisas desnecessárias minhas relações.
Me tornei uma pessoa que não vê graça nas coisas, que não tem certeza do que quer. Uma pessoa estressadinha e neurótica. Uma pessoa que anda em círculos e que tem tanto medo do tempo e ainda assim o perde como ninguém. Tenho medo de seguir o caminho errado e às vezes isso me deixa estagnada. Em pouco tempo me olho no espelho e me acho tão diferente. Parece que até minha personalidade mudou. E ao mesmo tempo que faço coisas que não são no fundo o que eu queria fazer tenho desejos iguais aos de um doente terminal que faz listas de coisas que precisa fazer antes de morrer. Alguma coisa aconteceu e nem sei quando exatamente foi, mas ela me mudou. Faz um tempo que sinto isso.
Pois é. Estou doente, mas não sou doente. Isso vai passar e quando passar vou estar cercada só dos verdadeiros, só de quem realmente me interessa. Meus pais, minhas irmãs, meu amor que me ajudou a perder meu medo de avião e que vai me ajudar nessa também e alguns amigos.


Desabafo sem cortes!

Um comentário:

  1. Colocar pra fora o que a gente sente realmente ajuda bastante... dizem por isso que um diário é quase uma terapia, né... Costumo fazer isso também. Aliás, muitas coisas que vc sente eu também sinto muitas vezes... Esse desejo de viver intensamente, de aproveitar ao máximo o tempo e a angústia de me ver estagnada às vezes, desperdiçando esse tempo tão breve e precioso e tantas vezes ocupada com obrigações de um trabalho que nem sempre é aquilo que eu sonhava... Viver não é mesmo fácil...A maioria das pessoas não nascem em berço de ouro e não têm a liberdade de fazer tudo que querem. Aliás, nem os mais abastados fazem apenas o que querem... todo mundo com seus problemas. Mas o fundamental é a gente não focar só no que está ruim e reagir sempre. Eu sei que você vai conseguir fazer isso. Procurar ajuda é essencial, porque ninguém é uma ilha e tem horas que não dá mesmo pra enfrentar tudo sozinha. Isso é humano. E vc é um dos seres humanos mais lindos que conheço. Te amo muito.

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