quarta-feira, 8 de agosto de 2012


Dia após dia um monstro cresce e se solidifica dentro de mim. Ele é expansivo e já não sei o que ainda é meu dentro de mim. Espalhafatoso, dramático, dissimulado, mesquinho, insensível e perdido. Ele brinca com o meu corpo, muda o meu gosto... Arranha, queima, azeda e salga a minha alma e tudo é suor, vapor, embriaguez, fumaça e pés trocados.
Sexta à noite, meu monstro só queria se alimentar de atenção. Não lembro, não sinto... Só sei que cheguei massageando as costas dos azulejos com as agulhas dos meus saltos, acendi a casa, abri a geladeira, sentei no chão e lá fiquei.

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