Dia após dia um monstro cresce e se solidifica dentro de mim.
Ele é expansivo e já não sei o que ainda é meu dentro de mim. Espalhafatoso,
dramático, dissimulado, mesquinho, insensível e perdido. Ele brinca com o meu
corpo, muda o meu gosto... Arranha, queima, azeda e salga a minha alma e tudo é
suor, vapor, embriaguez, fumaça e pés trocados.
Sexta à noite, meu monstro só queria se alimentar de
atenção. Não lembro, não sinto... Só sei que cheguei massageando as costas dos azulejos
com as agulhas dos meus saltos, acendi a casa, abri a geladeira, sentei no chão
e lá fiquei.
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