Sou apenas uma alma que assiste as mudanças do próprio
corpo. Uma alma grande demais para caber em um metro e sessenta centímetros de
carne, curvas e decepção. Uma alma que não é boa ou ruim apenas um misto de
sentidos e desejos e que transbordam através de suor, sussurros e orgasmos.
quarta-feira, 22 de maio de 2013
terça-feira, 7 de maio de 2013
Soluçando improvisos e soluções apenas para o ver continuar. Ultimamente só faço reclamar e desconhecer, mas em um único instante em que o conheço volto a desejar por inteiro e me contentar com o mínimo. Então olho com meus olhos de gatinho, seguro seus dedos, me enrosco em seu colo e sofro por antecedência. Minhas lágrimas descem trêmulas e fáceis transcorrendo meu rosto inteiro e pingam no seu travesseiro. Você é o único que sabe me consolar é como se segurasse meu coração e então apertasse, aquecesse, acalmasse e soltasse, mas continuasse por perto.
Sinto tanto medo de cansar você. Minha bagunça no seu quarto não me deixa encaixar na sua rotina. Não me culpe por estar cansada de sempre terminar no mesmo lugar e com as mesmas conclusões. Você não pode me culpar por já ter ouvido promessas e boas intenções antes e de já não conseguir acreditar.
Você também já mentiu para mim e ainda assim não consigo usar nada como desculpa para deixar de amar e desejar.
Hoje é terça-feira, preciso voltar para casa e passar o resto da semana me convencendo de que quando estou longe e você parece distante minha vida é melhor. Hoje não vou dormir, quero aproveitar o dia inteiro consumindo você.
terça-feira, 23 de abril de 2013
Sentada às quatro da tarde na varanda com minhas pernas penduradas
na janela não sentia medo da altura, não sentia medo de nada. Estava feliz,
plena, leve, mais parecia que havia engolido um sol.
Então me lembrei
da conversa que tive em uma manhã inquieta quando não conseguia parar de
gesticular. Conversava com a personificação da minha consciência e
que não tinha receio algum em dizer as verdades que eu pretendia adiar e
ignorar até não restar mais nada em mim apenas o que já quase enchia um copo.
Um líquido que pesava a transbordar e que me agoniava ainda mais. Fazendo da
minha inquietação minha única característica e eu tinha que torná-la uma
atitude e quem sabe uma virtude. Precisava anular aquele sentimento e fazer da
minha viciosa característica um movimento. Diego talvez não tenha percebido, mas
seu direcionamento havia trazido consistência à minha inquietação e todas
as vozes confusas em minha cabeça agora estavam mais calmas e ditavam apenas um
discurso.
Meu caminho
mudou.
Ainda sentada com
minhas pernas penduradas e relaxadas olhando para o céu que agora escurecia e
começava a realçar alguns pontos reluzentes, lembrei de quando o ofereci meu
céu de estrelas errantes e o agradeci em silêncio por ter me devolvido minha
inspiração.
Mãos que
desenham mãos. Atitudes e discursos que brigam entre si para decidir quem
prende quem. Quadros que só são quadros dentro de molduras.
Coisas que
se fecham dentro de outras e que nunca são inteiras.
E então me sinto apenas uma coisa que não consegue ser entendida por não caber em nenhum limite. Apenas resistindo para conseguir ser inteira e muitas vezes apenas existindo.
E então me sinto apenas uma coisa que não consegue ser entendida por não caber em nenhum limite. Apenas resistindo para conseguir ser inteira e muitas vezes apenas existindo.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Não existe
uma maneira fácil de distanciar o que antes era próximo, mas aconteceu de uma
forma que nunca imaginei. Disse coisas cruéis e você as fez e hoje só existe
uma memória limpa de nós dois. Vou guardar, pode deixar amor...
Terminamos
de sujar nossos lençóis que já estavam encardidos.
Preferia
poder olhar para você e entender o motivo de termos ficado juntos, mas agora
não o conheço mais e você sujou e desperdiçou o laço que imaginei ser um nó,
mas que estava mais para entrelaçar de dedos e assim o desfizemos... Soltamos-nos
sem nem perceber, sem muito contato e com atitudes imbecis.
Sua ausência
ao invés de esvaziar preencheu e agora estou cheia de mim e aos poucos
recuperando o que nunca poderia ter perdido.
domingo, 21 de abril de 2013
Fujo da hora
de ir dormir e fujo da hora para não acordar. Andando pela praia naquele sol
confortante de início de dia você matou a minha manhã e já não conseguia
enxergar o caminho de diamantes até o final do horizonte. Andando, correndo e
calando minha mente sem nenhuma certeza só consegui perceber o passarinho
esmagado no asfalto e o pombo que dormiu recebendo a brisa embaixo de um banco
e não conseguiu acordar. A praia estava morta ou seria eu? Por que não consigo
sentir saudade sua e ao mesmo tempo não quero imaginar minha vida por muito
tempo sem você? Mas eu continuei andando, sem olhar para o que estou aprendendo
a deixar ir de mim.
Uma semana
inteira passou e nunca estive tão distante de você e às vezes acho que já nem
lembro direito da sua fisionomia, mas quando o vejo em alguma foto e imagino a
vida que pode estar tendo sem mim sinto raiva das suas caretas e trejeitos. Sei que se o encontrar um filme inteiro
voltará dentro de mim e sentirei uma saudade tão grande e continuarei no mesmo
lugar que estou. Parada, esperando as
soluções e a felicidade caírem do céu, do seu céu. Procurando transformar meus
sonhos enquanto você tenta me encaixar na sua vida.
Não quero
que precisemos de psicólogos, de ausências para conseguirmos construir um
relacionamento “perfeito”, para entender nossos sentimentos. Não quero
distribuir culpas e não quero que nos julguem pelo o que estamos fazendo. Amor?
Amor desgasta e às vezes preferimos o que é mais fácil e por mais que nem
sempre seja o melhor é bem mais fácil ser egoísta. Não quero desconfiar de você
e não quero ser obrigada a fazer coisas que não quero fazer e que talvez já
esteja fazendo.
A verdade é
que você preferiu a ideia de que talvez outras pessoas me beijassem, outras
pessoas me tocassem e ilusoriamente me amassem. Você preferiu correr o risco de
me perder por um bem maior que pode nunca chegar.
Só quero que
você volte logo e desmanche mais uma vez esse meu pessimismo realista que nada
tem a ver com o “Diário de uma paixão” ou se não quiser... Apenas continue onde
estar.
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Um beijo nada sara. Continuo machucada. Está tudo uma merda
e não entendo porque tento enxergar o contrário. Tenho medo do que posso perder
ou do que posso encontrar? Quero me martirizar até quando? Até ter sido
perdoada por todos os meus pecados? Bem, isso não vai acontecer. Talvez eu
mereça e talvez seja por isso que continue.
Eu queria tanto que agora fosse diferente, queria me purificar de tudo
que já fiz, mas isso nunca vai acontecer. Mesmo
não fumando meus pulmões continuam sujos.
Estou criando coragem para ir embora, o tempo todo pensei
que precisaria de coragem para deixá-lo ir,
mas talvez você precise disso mais do que eu. Chega de tentar remediar o irremediável, chega
de consertar tudo e ganhar calos entre as minhas articulações. Se o teto quiser
desabar não impedirei.
Ainda estou aqui... Só não sei até quando.
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