terça-feira, 23 de abril de 2013



Sentada às quatro da tarde na varanda com minhas pernas penduradas na janela não sentia medo da altura, não sentia medo de nada. Estava feliz, plena, leve, mais parecia que havia engolido um sol. 
Então me lembrei da conversa que tive em uma manhã inquieta quando não conseguia parar de gesticular. Conversava com a personificação da minha consciência e que não tinha receio algum em dizer as verdades que eu pretendia adiar e ignorar até não restar mais nada em mim apenas o que já quase enchia um copo. Um líquido que pesava a transbordar e que me agoniava ainda mais. Fazendo da minha inquietação minha única característica e eu tinha que torná-la uma atitude e quem sabe uma virtude. Precisava anular aquele sentimento e fazer da minha viciosa característica um movimento. Diego talvez não tenha percebido, mas seu direcionamento havia trazido consistência à minha inquietação e todas as vozes confusas em minha cabeça agora estavam mais calmas e ditavam apenas um discurso. 
Meu caminho mudou. 
Ainda sentada com minhas pernas penduradas e relaxadas olhando para o céu que agora escurecia e começava a realçar alguns pontos reluzentes, lembrei de quando o ofereci meu céu de estrelas errantes e o agradeci em silêncio por ter me devolvido minha inspiração. 

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