sábado, 14 de julho de 2012

"Comfortably numb"

Enquanto tragávamos aquele riso não conseguia sentir dor nenhuma e tudo parecia estar tão quente que quando molhei minha cabeça na pia da cozinha desceu um arrepio que tremeu meu corpo inteiro. A cachaça queimava minha garganta e assim como meus dedos com marcas de brasa ela também não sentia nada. Dor e morfina caminhando juntas e saindo em forma de vapor pelos meus poros. O tempo parecia parar. Tudo estava lento e o chão se abria em agulhas enquanto me deitava e rolava por cima de suas pontas geladas.
Era tão confortável, dividi meus delírios e minha embriaguez com meu analista em forma de fumaça que analisava e arrepiava minhas coxas. Minha pele pedia toque, minha boca pedia beijo, meu corpo pedia alma e minha alma pedia calma.

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